quinta-feira, 13 de novembro de 2008

.:. SOBE O PREÇO DO DIESEL E O GOVERNO SOCORRE OS BANCOS E MONTADORAS DE VEÍCULOS .:.

Aumento do diesel prejudica todo o transporte coletivo, mas são as montadoras de automóveis que recebem crédito de R$ 8 bilhões para o financiamento de veículos. Para a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo (FRESP), disparidades como essas inibem o crescimento do setor.


Ao mesmo tempo em que entidades de classe, prefeituras municipais, governos estaduais e até moradores dos centros urbanos buscam maneiras de retirar carros das ruas e aliviar os congestionamentos, o Governo Federal anuncia crédito de R$ 4 bilhões aos bancos das montadoras de automóveis para financiamento de veículos e o governo paulista destina outros 4 bilhões para as financeiras das montadoras de veículos de todo o País.

Enquanto isso, os empresários do transporte de passageiros por fretamento e do transporte de cargas amargam com mais um aumento de 0,33% do diesel ocorrido no mês de outubro de 2008, sem anúncio prévio aos consumidores. Só ficamos sabendo do reajuste do combustível quando os preços já estavam sendo repassados das distribuidoras para os nossos setores de compra, desabafa Marco Antônio Franco, presidente do SETFRET - Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento de Sorocaba e Região.

Segundo Franco, o aumento do diesel, matéria-prima essencial para o abastecimento dos veículos de grande porte, compromete consideravelmente a receita das empresas, que não podem repassar as despesas que estão fora de planejamento aos usuários e contratantes do serviço. As empresas de transporte por fretamento, muitas vezes, arcam com as despesas extras decorridas desses aumentos de insumos, por não conseguir repassar aos clientes e usuários contratantes, desabafa.

Uma vez que fechamos um contrato para a prestação de serviços, dificilmente conseguimos repassar os reajustes antes dos prazos legais, determinados contratualmente ou até mesmo enquanto o contrato estiver vigente. E assim somos obrigados a assumir as despesas extras por um longo período até que haja uma mudança contratual e, em alguns casos, nem assim conseguimos repassá-las para os contratantes. A relação é desgastante, afirma o presidente.

Para Franco, o governo federal tomou medidas ágeis e pontuais para manter aquecido o mercado de automóveis e motocicletas, tudo isso em detrimento de investimentos necessários a todos os modais de transporte coletivo, inclusive o fretamento por ônibus, que comprovadamente possui excelência de atendimento e elevados índices de aprovação e satisfação do usuário, ou seja, os governos em todas as suas esferas deveriam investir maciçamente para facilitar e incentivar o uso do transporte coletivo, isso sim é olhar para o futuro e investir em qualidade de vida da população."

Para a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo (FRESP), essa forma inesperada de reajuste atrapalha diversas frentes do setor. Quando ocorre esse tipo de aumento, os empresários são obrigados a recuar nos investimentos, seja na contratação de mão-de-obra, que inibe a geração de mais postos de trabalho ou na aquisição de mais ônibus ou outros recursos necessários para a manutenção da atividade do transporte de passageiros, explica Regina Rocha, diretora executiva da FRESP.

Estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV) já comprovou que o trânsito, só na cidade de São Paulo, representa uma perda R$ 33 bilhões anuais, pois as pessoas deixam de produzir quando ficam paradas por horas nos congestionamentos.

Com base nesse dado, podemos avaliar como o trânsito é prejudicial a qualquer cidade e em todos os sentidos e o governo ainda destina mais benefícios ao transporte individual do que ao transporte coletivo.

É claro que o setor automobilístico é de grande importância para a economia nacional, mas o serviço de fretamento movimenta mais de R$ 3 bilhões anualmente, retira carros das ruas e gera só no Estado de São Paulo mais de 20 mil postos de trabalho, finaliza Regina Rocha, diretora da FRESP.

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