segunda-feira, 12 de maio de 2008

.:. CBL FESTEJARÁ OS 50 ANOS DO PRÊMIO JABUTI COM EXPOSIÇÃO NA BIENAL DO LIVRO .:.

O cinqüentenário do Prêmio Jabuti será comemorado com uma exposição retrospectiva durante a 20ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, de14 a 24 de agosto. A entrega das estatuetas acontecerá no dia 31 de outubro, na Sala São Paulo. As inscrições podem ser feitas até 30 de maio.

O Prêmio Jabuti, o mais tradicional e conceituado prêmio literário do país – concedido pela Câmara Brasileira do Livro –, festeja o jubileu de ouro e está com inscrições abertas até 30 de maio. A participação é aberta a obras inéditas de autores brasileiros, publicadas no Brasil entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2007. As inscrições podem ser feitas no site www.premiojabuti.org.br. A festa de entrega das estatuetas aos vencedores acontecerá – pelo terceiro ano consecutivo – na Sala São Paulo, no dia 31 de outubro.

Para marcar os 50 anos, a CBL promove uma exposição retrospectiva do Jabuti durante a 20ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que será realizada de14 a 24 de agosto no Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi. E a cerimônia de entrega das estatuetas será especialíssima, entremeada de surpresas ligadas ao cinqüentenário. “As comemorações estarão à altura da importância do prêmio, que é uma vitrine do melhor de nossa produção intelectual há 50 anos. Mais do que um prêmio e uma festa, o Jabuti é um patrimônio cultural brasileiro”, afirma Rosely Boschini, presidente da Câmara Brasileira do Livro.

O Jabuti mudou nesse meio século. Nos primeiros anos, tudo era mais informal: não havia prêmio em dinheiro, os jurados eram voluntários. Do começo dos anos 1990 para cá, surgiram várias novidades: o júri passou a ser remunerado e o nome de seus membros só é divulgado na noite de entrega das estatuetas; a apuração dos votos acontece em sessões abertas ao público e à imprensa; foi implementada a inscrição on-line, que dinamizou os processos em todas as etapas; criou-se um site exclusivo e o Guia de Orientação aos Jurados, que indica os parâmetros de avaliação e pontuação.

“Essas mudanças aumentaram ainda mais a credibilidade do Prêmio junto ao mercado, à mídia e ao público, repercutindo no número de inscritos, que pulou de aproximadamente 300 no fim dos anos 1980 para cerca de 2000 atualmente. Entre tantos inscritos, sempre há livros muito bons que acabam não recebendo o Prêmio. Mas todos os anos há surpresas entre os vencedores: o Jabuti recompensa a qualidade, venha ela de autores consagrados ou iniciantes”, comenta José Luiz Goldfarb, curador do Prêmio.

Um dos diferenciais do Jabuti com relação aos outros prêmios literários é sua abrangência, pois ele não se limita a premiar os escritores. Ele contempla todas as esferas envolvidas na criação e produção de um livro, num total de 20 categorias, passando pela tradução, ilustração, capa e projeto gráfico, além das tradicionais e disputadas categorias como Romance, Contos e Crônicas, Poesia e Livro Infantil. Outras categorias que têm se destacado são as de Reportagem e Biografia, que já premiaram nomes como Caco Barcellos e Ruy Castro, inclusive com o prêmio máximo de Livro do Ano, o ápice do Jabuti.

Receber o Jabuti é um desejo acalentado por todos aqueles que têm o livro como seu ideal de vida. É uma distinção que ultrapassa a mera recompensa financeira. Ganhar o Jabuti é dar à obra o lastro da comunidade intelectual brasileira, significa ser admitido em uma seleção de notáveis da literatura nacional.

A dotação total do Jabuti é de R$ 120 mil. Dentre os vencedores das 20 categorias, que levam R$ 3 mil cada um dos primeiros lugares de cada categoria, dois são posteriormente escolhidos por profissionais do mercado como Livro do Ano Ficção e Livro do Ano Não-Ficção, recebendo R$ 30 mil cada um. O resultado é revelado somente na cerimônia de premiação. Em 2007, o ganhador da categoria Ficção foi “Resmungos” (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo), de Ferreira Gullar e Antonio Henrique Amaral; na categoria Não-Ficção, foi premiada a obra “Latinoamericana – Enciclopédia Contemporânea da América Latina e do Caribe” (Boitempo Editorial), de Ivana Jinkings, Emir Sader, Carlos Eduardo Martins e Rodrigo Nobile.

HISTÓRIA

O Jabuti foi criado em 1958 por Edgard Cavalheiro, então presidente da CBL, com o objetivo de prestigiar e difundir o trabalho de escritores, editores, livreiros, ilustradores e gráficos, nos moldes do que se fazia em vários países da Europa. O jabuti é um animal que se caracteriza pela paciência e tenacidade, por isso foi escolhido para simbolizar a atividade dos nossos profissionais do livro.

Diaulas Riedel, sucessor de Cavalheiro, deu continuidade ao projeto e abriu um concurso dirigido a escultores para a escolha estatueta do Prêmio Jabuti. O paulista Bernardo Cid de Souza Pinto foi o vencedor. A primeira cerimônia de entrega do Prêmio Jabuti aconteceu no fim de 1959, no auditório da CBL, e Jorge Amado, foi o primeiro vencedor, pelo romance “Gabriela, Cravo e Canela”.

Nesses 50 anos, o Jabuti recompensou autores como Carlos Drummond de Andrade, Celso Furtado, João Cabral de Melo Neto, Nélida Piñon, João Ubaldo Ribeiro, Ruy Castro, Milton Hatoum, Lygia Fagundes Telles, Cecília Meirelles, Otto Maria Carpeaux, João Antonio, José Paulo Paes, Olga Savary, José Lino Grunewald, Celso Lafer, Francisco Alvim, Gilberto Freyre, Dalton Trevisan, Antonio Candido, Cassiano Ricardo, Milton Santos, Mario Chamie, Ruth Rocha, Haroldo de Campos, Raduan Nassar, Paulo Duarte, entre muitos outros.

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