segunda-feira, 12 de maio de 2008

.:. EXPOSIÇÃO “ESBOÇOS E CITAÇÕES” – VANDO FIGUEIREDO .:.

As Três Graças I 150 x 150 cm
O Hebreu 90 x 170 cm


Quinta-feira, 15 de maio, será aberta com coquetel, às 20 horas, na Casa D´Arte, a exposição “Esboços e Citações” do conceituado artista plástico Vando Figueiredo. A mostra, composta por 20 obras, apresenta uma leitura pessoal de Vando Figueiredo dos grandes mestres da pintura. Ficará aberta para visitação até o dia 07 de junho de 2008.

Segundo o artista: “O fato motivador dessa mais recente produção é oriundo de estudos e pesquisas que venho realizando sobre as obras-primas dos grandes mestres da pintura que abrangem desde os anônimos artistas da pré-história até nossos atuais contemporâneos”.

Para esta exposição, Vando elegeu alguns pintores de grande expressão como: Leonardo Da Vinci, Michelangelo, Rubens, Velásquez entre outros. Empregando maior ênfase aos desenhos e pinturas do mestre Leonardo Da Vinci, tendo como fonte de inspiração tanto no seu trabalho artístico como em seu pensamento. Esta mostra, “Esboços e Citações” representa, oficialmente, vinte anos de uma vida dedicada às artes plásticas.

São patrocinadores do evento: Fundação Beto Studart, Link Wealth Management, Urban Construções, Cielo Turismo, Aloísio Ximenes Imóveis.


TEXTO DE SIEGBERT FRANKLIN
Releituras, influências ou simplesmente cópias? Releituras, influências ou homenagens a mestres, que até mesmo sem querer incorporamos em nosso repertório de trabalho?

Sei se tratar de um clichê falar de Picasso e de suas releituras de Goya, Velásquez e outros. Francis Bacon era um apaixonado por Velásquez e seu Papa é uma releitura da obra do outro mestre. Não se faz um artista sem influências e não existe mestre sem mestres!!!

A pintura figurativa atualmente tem um forte ressurgimento na Europa, o que até faz lembrar algo ocorrido entre os anos 20 e 30 quando as vanguardas tiveram uma baixa em busca do que se chamou Retorno a Ordem! Não creio que seja algo de se espantar, a arte é feita de idas e vindas, nada se cria tudo se transforma, tudo se recria de uma forma objetiva e clara ou de maneira subjetiva e subliminar. O novo expressionismo nos anos setenta não é apenas uma releitura do expressionismo dos anos vinte e trinta, mas é algo que vai além.

Quando um artista com mais de vinte anos de trabalho tenta se recompor, é claro que as matrizes são buscadas e é disso que Vando Figueiredo fala na atual mostra, referências nunca foram poupadas em seus trabalhos, mesmo na longa série de figuras que ele tem desenvolvido nos últimos anos, todo um repertório de referências claras a seus “mestres” preferidos tem sido observadas. Quem como eu tem acompanhado seu trabalho no próprio atelier do artista está cansado de saber de suas preferências. Essa mostra sempre esteve em suspenso, isso é, era algo que estava em “stand-by”, bem ali pronta para ser desenvolvida, tudo que era preciso era um gesto de coragem.

Coragem sim, pois mesmo sendo uma homenagem recompor trabalhos de Da Vince, Velásquez, Michelangelo e outros sem cair no simplesmente caricato é uma atitude perigosa. Para quem não tenha claro um repertório próprio, uma palheta e gestual individual de artista se arrisca a cair no arremedo e no maneirismo e a não sobreviver à maestria dos homenageados! E Vando consegue sim, ser coerente e ser, VANDO, sem se arriscar a tentar copiar técnicas, ou fazer uma cópia de seus mestres...

No momento em que ser, simplesmente um pintor é algo visto com desdém, por algumas vanguardas pouco profundas, acho da maior responsabilidade fazer uma mostra com essa diretriz. Também acho pertinente e bastante interessante o momento em que, na mostra, o artista resolve fazer um exercício de generosidade e mostrar rascunhos, recortes, documentos que o levaram a esse repertório, a essas soluções plásticas. Esse tipo de apresentação não é muito constante numa exposição de pintura e é uma forma de levar ao público, uma melhor compreensão do que se passa por trás do ato de criar.

Criar? Perguntarão alguns, o que há de criação em reler obras clássicas? Muito diria eu, pois em tudo que se cria seja relendo uma obra clássica, seja se abstraindo e tentando construir algo pessoal o que nós costumamos chamar de criação nada mais é, que um esforço do ser humano de transcender e de reler a criação maior. Criação que é todo o universo em que vivemos, interior e exterior. Artista algum é criativo, todos somos apenas observadores e observados, nos relemos o tempo inteiro para nos aproximarmos do outro e nos fazermos únicos!

(Siegbert Franklin 2008)

CURRICULUM DE VANDO FIGUEIREDO
Vando Figueiredo nasceu em Fortaleza – CE (1952), e iniciou sua carreira em 1988 com a classificação de cinco obras no 8º Salão da Unifor Plástica. Vando é diplomado através do curso de desenho e pintura ministrado por Raul de La Nuez, licenciado pelo Instituto Superior de Arte de Cuba. É desenhista, pintor, gravurista e escultor. Lecionou cursos de desenhos e pintura na Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Sem Fronteiras (USF), Faculdades Integradas Grande Fortaleza (FGF), todas sediadas em Fortaleza – CE, Museu de Arte Contemporânea Dragão do Mar – Fortaleza/CE e Centro de Cultura de Guaiúba/CE. Consta em seu currículo 18 exposições individuais com participação nos mais importantes Salões de Arte Nacional e no exterior.

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