sexta-feira, 25 de julho de 2008

.:. FILME MOSTRA SAGA DE MULHER QUE BUSCA SABER SE É NETA DE LAMPIÃO E MARIA BONITA .:.

Documentário "Sangue de Cangaceiro" mostra luta da telefonista baiana Maria Deuza de Oliveira para comprovar se seu pai é filho do casal

Maria Bonita e Lampião

Para marcar os 70 anos da morte do casal de cangaceiros Lampião e Maria Bonita, que ocorreu no dia 28 de julho de 1938, a produtora de cinema Ludo Filmes está concluindo o documentário "Sangue de Cangaceiro", dirigido por Brígida Rodrigues, Gustavo Brandão e Glauco Araújo. O filme narra à saga da telefonista Maria Deuza de Oliveira, de 55 anos, que luta para comprovar se é ou não neta do casal mais conhecido no cangaço.

Maria Deuza de Oliveira é baiana e mora em São Paulo desde os 12 anos. Ela é filha de Ananias de Oliveira, carpinteiro de 78 anos, irmão de Maria Gomes de Oliveira, a Maria Bonita - que acompanhou Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, no cangaço, no século XX.

"Em maio de 2006, Deuza viajou com o pai para a cidade de Paulo Afonso, na Bahia, onde reencontrou primos e tios. Naquela ocasião, ela soube, por meio de comentários de seus familiares, de uma história que mudou sua vida desde aquele momento: seu pai poderia ser filho de Maria Bonita e Lampião", conta Glauco Araújo, um dos diretores do documentário.

Ananias e o seu irmão Arlindo de Oliveira, mestre de obras de 77 anos foram criados como irmãos gêmeos por Maria de Oliveira Déa, mãe de Maria Bonita e sogra de Lampião. Segundo relatos de historiadores, mãe e filha ficaram grávidas ao mesmo tempo. Maria Bonita teria deixado o seu filho para ser criado, em segredo, por sua mãe.

A telefonista tenta fazer o exame de DNA desde 2006, mas enfrenta a resistência de Expedita Ferreira Nunes e de Vera Ferreira, respectivamente a única filha reconhecida e a neta do casal. O caso está na Justiça.

"Deuza, seu pai Ananias, o seu tio Arlindo e o irmão deles, Ozéas de Oliveira, que mora em Paulo Afonso, já coletaram amostras para um exame de DNA num laboratório de genética, em São Paulo. Falta agora a amostra genética de Expedita Ferreira Nunes, oficialmente única filha herdeira do casal de cangaceiros. Ela se recusou a fazer o exame. O resultado, até o momento, deu negativo, mas os geneticistas garantem que só será possível ter um resultado categórico caso o exame fosse feito com material genético de Expedita", explica a diretora Brígida Rodrigues, que aguarda a decisão da Justiça sobre o caso para finalizar o filme.

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