sexta-feira, 25 de julho de 2008

.:. MULHERES CONGELAM ÓVULOS PARA GARANTIR GRAVIDEZ NO FUTURO. MÉTODO JÁ TEM PROCURA EM SÃO PAULO NA CLÍNICA FERTICLIN .:.

Com a ascensão da mulher no mercado de trabalho, muitas estão postergando o desejo de ter filhos.
Não é raro verificar mulheres que engravidam aos 40 anos ou mais.
Outra parcela tem certeza que quer ter filhos, mas ainda não encontrou “o homem ideal”.
A preocupação neste caso é se no futuro elas teriam as mesmas chances de engravidar de maneira saudável e com menos riscos ao desenvolvimento do feto como uma mulher jovem no auge da ovulação.

Janet Jackson
Jennifer Aniston

As clínicas de fertilização nunca foram tão procuradas como nos dias atuais por mulheres dentro deste quadro. Mas agora a “bola da vez” é congelar os óvulos para assegurar a maternidade, como fez a atriz norte-americana Jennifer Aniston, 39 anos, conhecida por interpretar a personagem Rachel do seriado “Friends”, que recentemente decidiu congelar os óvulos para postergar a maternidade. Outra celebridade que pensa em fazer o mesmo é a cantora Janete Jackson, 42 anos e já declarou o desejo de tornar-se mãe algum dia.

No Brasil, uma das pioneiras na técnica, a Ferticlin - Clínica de Fertilidade Humana também têm empregado a técnica com sucesso e atraído mulheres interessadas no tratamento. Por meio do método, a clínica já conseguiu gerar um bebê e mantém ainda um banco com óvulos de outras nove mulheres aguardando a inseminação. O primeiro bebê gerado pela clínica a partir da vitrificação (e um dos primeiros da Brasil também) nasceu em dezembro de 2007, totalmente saudável, com 3,660 kg e 51 cm.

Atualmente, os resultados registrados pela Ferticlin passam por avaliação na American Society for Reproductive Medicine e devem ser apresentados no encontro anual da entidade que ocorrerá em novembro deste ano, em São Francisco (CA). A porcentagem de recuperação dos óvulos obtida pela Ferticlin após a vitrificação chega a 95%, índice considerado alto até mesmo para padrões internacionais. A técnica utilizada pela Ferticlin é uma adaptação da criada pelo pesquisador japonês Masashige Kuwayama (pioneiro no mundo com a vitrificação). Feita por brasileiros, essa adaptação possibilita um gasto de nitrogênio quatro vezes menor em relação à original, além de tornar o método mais prático.

DOIS EXEMPLOS

A pesquisadora Emi Tahara, tem 36 anos, é casada há sete e passou três deles tentando engravidar, mas não obteve sucesso por conta de uma endometriose e problemas nas trompas. No final de 2006 procurou a Ferticlin para tentar a fertilização em vitro. Dos óvulos produzidos no tratamento utilizou parte em uma primeira tentativa, que não teve êxito. O restante foi congelado e utilizado mais tarde em uma segunda tentativa, na qual Emi engravidou, dando à luz em dezembro de 2007 a Thomas Henrique (um dos primeiros bebês gerados a partir do novo método de vitrificação para congelamento de óvulos no Brasil), que nasceu saudável, com 3,660 kg e 51 cm.

A dentista Márcia Hidaka procurou a Ferticlin em 2005 para tratamento de fertilização in vitro. Na época, seu marido tinha varicocele, doença que compromete a fertilidade masculina. Fez duas tentativas para engravidar por meio do tratamento, tendo sucesso somente na segunda, mas perdeu o bebê no quinto mês de gestação em virtude de um problema no colo do útero (colo curto). Hoje, aos 39 anos, Márcia planeja uma terceira tentativa, mas não agora, pois se separou do ex-marido há oito meses. Preocupada com a idade, Márcia congelou os óvulos para assegurar maiores chances de engravidar no futuro quando encontrar o parceiro ideal.

CONGELAR ÓVULOS PARA GRAVIDEZ FUTURA É SEGURO PARA BEBÊS, DIZ ESTUDODA EFE

O congelamento de óvulos pelo processo de vitrificação para uma gravidez adiada é um método seguro que, inicialmente, parece não representar perigo para a eventual prole, diz um estudo dirigido por Ri-Cheng Chian, da Universidade McGill, de Montreal (Canadá). Segundo o estudo, publicado pela revista Reproductive Biomedicine Online, o índice de defeitos de nascença entre as crianças fruto de óvulos vitrificados é de 2,5%, porcentagem comparável ao de nascimentos naturais ou por fecundação in vitro.

Os resultados do estudo poderiam encorajar muitas mulheres, que tem a carreira profissional como prioridade, a estudarem a possibilidade de recorrer ao método para adiar sua gravidez, diz o jornal The Times. Gillian Lockwood, diretora médica da Midland Fertility Services, que oferece este tipo de serviço no Reino Unido, declarou ao mesmo jornal que estas são as provas que sua empresa procura.

"Acho que chegará um momento em que será considerada uma perversão negar a uma mulher a possibilidade de usar seus próprios óvulos congelados para ficar grávida", declarou Lockwood. Até 95% dos óvulos vitrificados superam este processo, frente a 50% ou 60% dos conservados por outras técnicas de congelamento mais antigas.

Segundo a doutora Lowckwood, uma parcela de suas pacientes se submete a este processo por motivos sociais, outra parte por sofrer câncer e uma terceira por razões éticas. O congelamento custa no Reino Unido entre 2.520 euros e 3.780 euros (US$ 3.913 e US$ 5.870) mais um valor anual pelo armazenamento dos óvulos.

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