segunda-feira, 20 de outubro de 2008

.:. PADARIAS SEGURAM, MAS PREÇO DO PÃO PODE SUBIR EM NOVEMBRO .:.

Alexandre Pereira, presidente da Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria, diz que aumento pode ocorrer em função da variação cambial, que elevou o preço do trigo

*Vanessa Brito, de Brasilia

Foto: João Justino
Alexandre Pereira

A crise do sistema financeiro internacional, agravada nas últimas semanas, atingiu o preço do trigo importado. Panificadoras, porém, devem manter o preço do pão. Pelo menos até o fim deste mês. A informação foi dada pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria (Abip), Alexandre Pereira, em entrevista à Agência Sebrae de Notícias. Confira os principais pontos.
ASN: A chamada crise do sistema financeiro mundial chegou ao setor da panificação?
Alexandre Pereira: Sim, chegou rápido, por conta da variação cambial. Houve aumento de 5% no preço da farinha de trigo. Os moinhos já repassaram para o produto. Estamos segurando o preço do pão, pelo menos até o fim deste mês (outubro). Até lá, vamos ver como o dólar vai se comportar. Normalmente, o custo da farinha de trigo, quando varia entre 40 a 50% do total, reflete entre 4% e 5 % no preço final do pãozinho.
ASN: Quais são os conselhos para os donos de padarias neste momento?
Alexandre Pereira: Aguardar e não repassar o preço para o consumidor até o fim de outubro.
ASN: Qual é a sua expectativa?
Alexandre Pereira: Acredito que vamos conseguir segurar o preço dos nossos produtos. O valor cambial do dólar ficará em torno de R$ 2. Ficando nesse patamar, temos como segurar os preços.
ASN: Como o senhor avalia a atual situação da economia mundial?
Alexandre Pereira: A crise é mundial. Já afetou o Brasil. Está claro. Porém, o Brasil tem bases econômicas sólidas. Os principais fundamentos da economia estão bons. Vamos suportar essa crise.
ASN: Alguma coisa mudou no setor da panificação por causa da crise?
Alexandre Pereira: Não. Continua tudo normal e a pleno vapor. Na quinta-feira (16), foi o Dia Mundial do Pão. Comemoramos em vários estados brasileiros. Não temos porque parar ou mudar de atitude. Vamos continuar correndo atrás dos projetos e programas para melhorar a qualidade dos nossos produtos e aumentar o consumo do pão no País.
ASN: Os empresários do setor estão preocupados?
Alexandre Pereira: Quem tem investimentos no mercado financeiro está, certamente, muito preocupado. No nosso setor, não temos porque ficar com tanto receio. A onda é forte, mas a gente vai conseguir sair dela. Não é marola, nem tsunami.
ASN: Como foi o Congresso Mundial da Panificação, realizado na semana passada, em São Paulo?
Alexandre Pereira: Presidentes das associações nacionais do setor de todo mundo se reuniram no evento. O clima foi um pouco preocupante. Mas fico feliz, porque o Brasil tem mais a mostrar do que a aprender com os outros países.
ASN: E o encontro da Confederação Latino-Americana da Indústria do Pão (Cipan), que também ocorreu na semana passada na capital paulista?
Alexandre Pereira: Donos de padarias das Américas participaram. Houve muita troca de idéias, experiências, conhecimento e informação. Estamos estudando a exportação do Programa de Apoio à Panificação (Propan), do qual o Sebrae é parceiro. Vamos lançar esse programa nos países da América Latina, nos próximos meses. O Propan vai ser tornar latino-americano.

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