quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

.:. ALTA RODA .:.

APOIO AOS IDOSOS

*Fernando Calmon


Foto: Divulgação/Google

Entre os acertos a serem creditados à atual administração do Contran está a regulamentação do estacionamento destinado a idosos e pessoas com dificuldade de locomoção, publicada em resolução no final do ano passado. Além de padronizar as sinalizações das vagas, o modelo de credencial também será igual em todo o Brasil.

Um dos pontos positivos é que, apesar de as autorizações serem expedidas por órgãos municipais, terão validade no País inteiro. As pessoas portadoras de deficiência físicas de modo permanente ou transitório, mesmo que não dirijam veículos adaptados, serão beneficiadas igualmente. Caberá, portanto, às 5.561 prefeituras cumprirem o seu papel.

Os Estados, por sua vez, precisam mostrar boa vontade em relação à isenção de ICMS para veículos adquiridos por pessoas com deficiências físicas permanentes. A lei impõe um limite de preço, mas a inflação, ao passar do tempo, vai desenquadrando do benefício vários modelos médios.

O câmbio automático tradicional está sujeito à variação do dólar e ajuda a encarecer os automóveis. No panorama atual, Golf, Civic, Corolla, Mégane, Focus, Vectra e Stilo devem romper o limite de R$ 60.000,00, exigindo atualização. O ideal seria uma reclassificação periódica e ágil, quanto ao fator preço, sem necessidade de cobranças por parte da sociedade.

No exterior, a população em envelhecimento desperta especial interesse da sociedade. As eficientes estatísticas dos EUA apontam que motoristas de menos de 20 anos e acima de 65 anos apresentam taxas de mortalidade no trânsito equivalentes.

As causas, claro, são diferentes. No primeiro caso, excesso de autoconfiança; no segundo, reações lentas em relação ao que ocorre em volta do veículo.

Até 2020 existirão cerca de 40 milhões de americanos acima de 65 anos habilitados a dirigir e isso determina ações preventivas.

Há iniciativas meritórias nos EUA. Uma das organizações não-governamentais preocupadas pelo fato de os idosos terem se tornado a faixa etária que mais cresce é a Associação para Melhorias no Trânsito (TIA, em inglês). Assim, criou um programa de ajuda para motoristas idosos poderem autoavaliar sua habilidade de dirigir veículos com segurança.

As palestras, de adesão voluntária, duram três dias e são ministradas discretamente. Explicações sobre as limitações de visão, de reflexos às situações de riscos e de força física estão entre as prioridades, além das fundamentais técnicas de direção defensiva. O curso inclui testes em rodovias no próprio veículo do aluno.

“Dirigir é um contínuo processo de aprendizagem”, afirma Frank Cardimen, presidente da TIA. “Independentemente de quem se considera bom ao volante, há sempre espaço para melhorar. Desenvolvemos o foco de tornar os motoristas mais observadores, cautelosos e confiantes enquanto dirigem”, conclui. Estatísticas mostraram que os idosos são particularmente vulneráveis a acidentes nos cruzamentos.

Só no ano passado a organização americana organizou 38 conferências em hospitais e centro de idosos no estado de Michigan, todas patrocinadas pela Ford. É um passo importante na direção de criar um programa educativo nacional dedicado aos motoristas seniores em prol da segurança no trânsito.

RODA VIVA

DIMINUIÇÃO dos estoques em janeiro para 31 dias (36 dias, em dezembro) indica que estão surtindo efeito as medidas de estímulo ao mercado de automóveis e comerciais leves. Ideal seriam 25 dias, mas pode demorar. Em janeiro, a média diária de vendas se aproximou de 10.000 unidades. Este patamar seria o mínimo para sinalizar um ano menos negativo no setor.

ANFAVEA alega ainda se sentir desconfortável sobre previsões para 2009. Em especial quanto ao nível de produção, fortemente afetada em janeiro pela queda brutal de 60% nas exportações, em comparação ao mesmo mês de 2008. Quanto às vendas internas, falta a reação do mercado de usados, duplamente afetado por queda de preços e escassez de financiamento.

CONFORME previsto, o Captiva já está disponível com motor Ecotec de quatro cilindros, 2,4 litros (muito diferente do nacional) e 171 cv. Chevrolet acredita que 50% da procura ficará com essa versão, de R$ 10.000,00 a menos (R$ 87.000,00). Para-choques pintados de preto indicam tanto modismo atual nesse tipo de veículo, quanto corte de custo. O motor menor do mexicano não chegou a torná-lo lento.

PROJETO estapafúrdio, apresentado na Câmara Federal pelo deputado Eliene Lima (PP/MT), propõe congelar mudanças estilísticas, em menos de três anos, nos veículos aqui vendidos. É preciso total desconhecimento do funcionamento do mercado para propor algo nessa linha. Ao contrário do preconizado, os carros poderão até desvalorizar mais. O caminho? Arquive-se...

CORREÇÃO nas informações sobre os mais vendidos, em 2008, de acordo com a classificação adotada pela coluna. Utilitários esporte médios: 1) Tucson, 34%; 2) CR-V, 14%; 3) Sportage, 12%. Utilitários esporte grandes: 1) Pajero/Pajero Sport, 33%; 2) Hilux, 26%; 3) Veracruz, 8%.

fernando@calmon.jor.br

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