O presidente continua a fazer favores com dinheiro que não é seu, mas dos contribuintes brasileiros. Dinheiro que daria para implantar o metrô de Belo Horizonte.
400 milhões de dólares significam aproximadamente 800 milhões de reais. É muito dinheiro, mesmo para os miliardários enriquecidos nos trambiques habituais. Pois foi o que nos custou à visita do nosso preclaro presidente Lula da Silva à República do Congo, na África. Feliz com a recepção carnavalesca, com direito a fantasias que lá são os trajes oficiais usados nas solenidades, nosso presidente, em um de seus rompantes perdulários, reiterados em visitas anteriores ao continente africano, anunciou que estava naquele momento, em nome de seu governo, perdoando uma velha dívida que o país que visitava mantinha em aberto nas contas que mantém com o Brasil.
LULA, sorridente, alegre, com a alegria irresponsável dos insensatos, foi aplaudido demoradamente pelos dirigentes do país e pelos chefes das tribos que participavam do ato. Não sabemos se o perdão dos 400 milhões de verdinhas estava no programa montado pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Contam os correspondentes que acompanham a viagem presidencial, que Amorim, a cada pausa no improviso de seu chefe, traduzido para o dialeto local, lhe passava um bilhete, que Lula lia a guardava no bolso.
COMO se percebe, as viagens presidenciais têm-nos custado muito dinheiro. Além dos gastos normais, inclusive o do abastecimento e manutenção do Aerolula, que tão caro já nos custou quando de sua aquisição, virou mania o ato de perdoar dívidas assumidas pelos países visitados para com o Brasil. Com 800 milhões de reais quanta coisa poderia ser feita em favor dos pobres brasileiros, alguns tão ou mais pobres do que aqueles que Lula visitou no Congo.
O dinheiro doado daria com folga para reiniciar e acabar as obras paralisadas há mais de cinco anos do nosso metrô, o sonho maior dos que vivem e enfrentam os eternos problemas de transporte coletivo em nossa cidade. Metrô que não anda um centímetro desde que Lula assumiu porque, dizem os do governo, "não há recursos disponíveis"...
O QUE estranho é que a notícia do perdão da dívida foi publicada sem destaque nos jornais, alguns nem mesmo registraram a doação intempestiva. Mas vem aí a aprovação da CPMF, que vai retirar nosso dinheirinho para cobrir os gastos perdulários do nosso simpático, alegre, boa praça, mas insensato presidente.
SÃO 18 horas de sexta-feira, dia 19 de outubro de 2007. Acabo de receber a notícia da morte de meu amigo, meu irmão José Aparecido de Oliveira. O que poderia dizer mais?
Fábio P. Doyle
Jornalista Da Academia Mineira de Letras
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