terça-feira, 15 de janeiro de 2008

.:. Preços baixos no exterior? Argentina! .:.

Prof. PhD Marcos Crivelaro*

Muitos brasileiros estão descobrindo a Argentina. Viajar para lá é 25% mais barato do que ir para o nordeste brasileiro, inflacionado pelos empreendimentos voltados aos turistas europeus. Os brasileiros que planejam passeios em vinhedos e adoram degustar bons vinhos não podem excluir a principal região vinícola da Argentina, Mendoza. Vinhos da uva Malbec recomendados por experts internacionais podem ser comprados a partir de US$ 40. Para aposentados brasileiros, que possuam investimentos da ordem de R$ 150 mil, comprar imóveis nos principais bairros de Buenos Aires ou casas de veraneio - em luxuosos balneários portenhos - pode não ser uma realidade tão distante.

E os turistas são muito bem-vindos por lá. Isso porque atualmente a Argentina passa por grandes ajustes para retomar seu caminho de crescimento e recuperar os anos perdidos. Pesquisa realizada no México pela KPMG, em novembro de 2007, durante a Cúpula Ibero-Americana sobre Impostos detectou a parcela de investidores internacionais que desejam investir no México (23%), no Brasil (20%), na Argentina (7%) e no Chile (6%). Outro quesito pesquisado foi a eleição do país com maior chance de se tornar um poderoso líder econômico na região. O resultado dos votos foi o seguinte: Brasil (43%), México (34%), Chile (5%), Venezuela (3%) e Argentina (1%). Esses números mostram, sem dúvida, a necessidade de tornar mais atrativa a Argentina ao investidor internacional.

Um grande atrativo pode ser o baixo custo para se investir na Argentina. Segundo o Banco Mundial a Argentina se destaca como um dos países mais baratos na América Latina. Os preços locais representam 54% em relação à media mundial - distantes, por exemplo, dos preços praticados no Chile (74%). Muitos guias e sites turísticos já vêm confirmando essa tendência. A alta inflação anual, acima do patamar de 20% ao ano que eleva os preços locais, é compensada com o atrelamento do peso argentino à evolução do dólar. Diferente do que ocorre no Brasil e no Chile onde as moedas locais sofreram valorização em relação ao dólar com aumento dos preços locais mesmo tendo apresentado uma inflação com menos de um dígito.

Os turistas e homens de negócios que viajam constantemente percebem a qualidade de vida das diversas populações. E essa sensação é confirmada com o que as populações da América Latina sentem no bolso em relação ao poder de compra. Isso pode ser medido pelo índice PPP (Paridade de Poder Aqusitivo) do Banco Mundial. Com base nesse critério o Chile é o país de maior riqueza relativa entre os seus habitantes (US$ 12.277 per capita), seguido pelo México com US$ 11.317, pela Argentina com US$ 11.076 e lá atrás o Brasil com US$ 8.606. Outro índice muito utilizado é índice BigMac da revista inglesa The Economist. De acordo com essa pesquisa o lanche BigMac ,em dólares, custa na Argentina US$ 2,67, no México US$ 2,69, no Chile US$ 2,97 e no Brasil US$ 3,61.

*Marcos Crivelaro é professor PhD da FIAP - Faculdade de Informática e Administração Paulista e da Faculdade Módulo; especialista em matemática financeira e consultor em finanças.

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