segunda-feira, 12 de maio de 2008

.:. CRESCE O NÚMERO DE MORTES POR TRAUMA TORÁCICO RELACIONADAS AOS ACIDENTES AUTOMOBILÍSTICOS .:.

Estima-se que, a cada ano, cerca de 200.000 pessoas morram em acidentes de carro por causa da alta velocidade em todo o mundo. O trauma torácico responde por 25% destes óbitos, fica atrás apenas dos cranianos (32%) e das extremidades (34%). Para médicos e autoridades do trânsito, a preocupação é grande quanto o contínuo crescimento do número de casos, especialmente nas pontes de feriados e férias.
Fotos: Divulgação
O airbag salva muitas vidas
O uso do cinto de segurança é fundamental para evitar trauma torácico

A faixa etária mais atingida é a do adulto jovem entre 20 a 40 anos. Nos acidentes automobilísticos os passageiros estão sujeitos aos seguintes tipos de lesões: colisão entre a vítima e o veículo - impactos diretos (lateral, frontal, traseiro e angular) e a colisão entre o órgão da vítima e sua estrutura corporal - lesões por compressão e lesões por desaceleração.

As lesões por compressão ocorrem quando a parte do tronco (tórax e abdome) interrompe o deslocamento para frente e a posterior continua se movendo para adiante. As vísceras ficam comprimidas entre a parede toracoabdominal posterior e as estruturas anteriores, sendo o exemplo mais comum a contusão do coração. O diafragma também pode romper por este mecanismo.

As lesões por desaceleração acontecem quando subitamente as estruturas de fixação dos órgãos se desaceleram, porém, continuam em movimento. No tórax, isto pode ocasionar lesões da aorta e da artéria subclávia. “São lesões potencialmente fatais que, se não tratadas a tempo e adequadamente, provocarão óbito da vítima”, afirma o Dr. Roberto Saad, professor titular da FCMSCSP, Diretor da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT) e da Secretaria de Educação Superior (do Ministério da Educação e do Desporto).

As causas mais comuns de morte na infância são acidentes envolvendo veículos automotores. A mortalidade de crianças com traumatismos torácicos nesse grupo é de 15%. Os que têm menos de 12 anos de idade e altura inferior a 1,50m, quando transportados em automóveis equipados com cintos de segurança, devem ser seguros por sistema de retenção homologado e adaptado ao tamanho e peso. O cinto adequado é o de três pontas – o que prende o ombro e a cintura.

A bebida alcoólica é responsável por 75% dos acidentes automobilísticos com vítimas fatais. No Brasil, o Art. 276 do Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503, de 23 de setembro de 1997) prevê que “a concentração de seis decigramas de álcool por litro de sangue comprova que o condutor se acha impedido de dirigir veículo automotor”, alerta o Dr. José Eduardo Delfini Cançado, Presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT).

O álcool afeta a capacidade de condução de veículos, pois deprime os centros de controle do cérebro, levando à diminuição da capacidade de reação, ou seja, provoca um estado de relaxamento com retardamento dos reflexos. Também atua na redução de inibição e na debilitação do controle neuromuscular: o motorista não consegue dividir sua atenção satisfatoriamente depois de uma pequena dose.

Em suma, a habilidade de deslocar a atenção de um acontecimento para outro, ou de fazer duas coisas de uma só vez (que é exigida para uma direção segura), é reduzida.

“O air bag e o cinto de segurança são os meios de contenção que, de fato, previnem as lesões. Em São Paulo, o uso obrigatório do cinto reduziu em 10,5% o número óbitos e em 10% o número de vítimas graves. A utilização do air bag juntamente com o cinto de segurança reduz em média 61% à chance de lesões graves e em 33% a chance de hospitalização. É imprescindível o uso do cinto, estejam os passageiros nos assentos dianteiros ou traseiros”.

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