sexta-feira, 11 de julho de 2008

.:. ESTRELA DA SORTE .:.

Considerada a maior revelação da MPB desde Marisa Monte, Vanessa da Mata foi escolhida pela RG Vogue para estrelar a capa da sua edição de julho. A cantora acaba de vencer o Prêmio Multishow na categoria Melhor Música e embarcou esta semana para Espanha, onde lança o disco “Sim”, gravado com a colaboração de Ben Harper.

Fotos: Henrique Gendre

Ela não costuma falar da vida pessoal, mas topou dar uma longa entrevista à revista. “Tem gente que precisa da fama para viver”, lembra. “Eu preciso da música”. Casada há quatro anos com um ator paulista – ela não diz o nome – mora de frente para a Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio, mas mantém uma casa em São Paulo. Esta é, para ela, a cidade da criação, “que te espreme no inferno e você acaba botando ovo, obrigada a criar”.

Já o Rio é para dar preguiça e ficar olhando, receber os amigos para um jantar, ir para a cozinha fazer saladas temperadas com gengibre. “É tudo lindo. Vim pra cá porque a cidade me dá paz”. Não à toa, pediu para ser entrevistada em uma casa de chá na Rua Dias Ferreira, no Leblon. Aos 32 anos, está bem diferente da menina que abandonou os pântanos e cachoeiras de Garças, como chama sua cidade, hoje muito maltratada pelo chamado progresso.

“Sou extremamente positiva e, mesmo assim, vejo o Brasil negativamente. Mato Grosso está completamente depredado. É Blade Runner mesmo. É como andar no inferno. Você vê bicho esturricado, mata completamente queimada. É como digo numa música, deram o galinheiro para a raposa vigiar. As pessoas têm uma visão do progresso totalmente errada. E eu não sei lidar com isso. Passo muito mal”, diz com os olhos marejados.

E pensar que ela quase casou aos 13 anos. “Fazia parte daquele universo sertanejo, machista. E eu com aquela necessidade de sumir no mundo.” Um ano depois, mudou-se para Uberlândia, onde com a desculpa de se preparar para o vestibular de Medicina, começou a cantar. Aos 17, já estava em São Paulo, onde trabalhou na Elite Models. “Achava a carreira chata. Só se falava em beleza e eu não tinha a magreza necessária. Tenho os quadris largos e não gostava de passar fome. Era um martírio. Hoje vejo esta fase como uma necessidade de auto-afirmação”. Mas não por muito tempo, pois logo foi descoberta por Chico César e teve sua música gravada pro Maria Bethânia. E assim venceu e vendeu milhões.

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