sexta-feira, 29 de agosto de 2008

.:. CAUBY MARCA COM GRANDE SHOW A PASSAGEM DOS 60 ANOS DE SUA CARREIRA .:.

O espetáculo aconteceu ontem, quinta-feira, dia 28 de agosto, à noite no Bar do Nelson, da Rainha da Noite, Lilian Gonçalves.
Fotos: Gontof Comunicação
Emilio Santiago, Cauby Peixoto

Foi bela e emocionante a homenagem prestada a Cauby Peixoto ontem à noite, dia 28 de agosto, no Bar do Nelson, a mais recente casa de Lilian Gonçalves, na Rua Canuto do Val, em Santa Cecília, na região Central de São Paulo. Cauby, que comemorou os 60 anos de sua carreira, foi muitas vezes aplaudido pelo publico que lotou a casa.

A noite marcou ainda o aniversário de um ano do Bar do Nelson. Um dos momentos marcantes da noite foi quando Cauby, no meio da interpretação da antológica “Conceição”, convocou o showman Stênio Mello para participar. Stênio imitou a voz e os gestos do cantor, que elogiou muito a performance do colega.

Destaque também para a presença da sobrinha de Cauby, Adriana Peixoto (gilha do pistonista Araken Peixoto), que cantou “Retalhos de Cetim”, de Benito di Paula. Chamado no meio do público, Emílio Santiago subiu ao pequeno palco do bar e cantou “Eu Sei que Vou te Amar” (de Tom Jobim e Vinícius de Moraes) para Cauby, levando a platéia ao delírio. Cauby pediu o microfone e cantou junto parte da canção.

Ao final, Lilian comandou os “parabéns a você”, em homenagem aos 60 anos do cantor e ao primeiro aniversário da casa.

Lilian Gonçalves comandou os “parabéns a você”

Veja a seguir uma breve entrevista que Cauby concedeu, dias antes do show, a Airton Gontow, diretor de redação da Gontof Comunicação.

Por que 60 anos de carreira, Cauby? Qual é o início de sua trajetória?
Decidi festejar os 60 anos porque comecei a cantar aos 16 anos de idade, escondido, na boate “Oásis”, na Rua 7 de abril, em São Paulo. Eu já cantava antes. Mas considero que foi lá a minha estréia profissional, embora eu cantasse poucas músicas. Em 49 fiz minha primeira apresentação na rádio. E em 51 lancei meu primeiro disco, pela Som, com o samba “Saia Branca”, de Geraldo Medeiros, para o Carnaval. E mais tarde voltei a cantar na Oásis, já oficialmente, maior de idade, em shows de verdade.

Você e Nelson Gonçalves foram amigos?
Sim, claro que sim. E bem amigos, apesar de nossos temperamentos diferentes. Ele era um artista notável e um homem simples, que gostava do sucesso dos outros e não tinha qualquer inveja. Na época, muitas pessoas tiveram inveja de mim, porque surgi de uma maneira arrasadora. Cheguei a segurar a minha voz em três milhões de cruzeiros. Como disse, o Nelson não tinha inveja alguma. Isso devido a seu caráter, mas, também, porque talvez tenha sido o maior cantor do Brasil. Tinha um grave importantíssimo para uma voz.

Há alguma passagem especial sobre a vida de Nelson que você recorda? Alguma cena?
Sim, há uma história divertida. Sempre que diziam para o Nelson que alguém tinha a voz igual à dele, ele aceitava conhecer o cantor. Aí Nelson pedia para que cantasse ‘Maria Bethânia’. E na hora do grave, o cantor denunciava que não tinha a voz do Nelson....

Por que a festa no Bar do Nelson?
Em primeiro lugar porque a Lilian Gonçalves convidou-me e aceitei! Além disso, fui, como disse, amigo do Nelson. E esse bar é um reconhecimento bonito e muito raro em nosso país. Além disso, fiz pela Lilian Gonçalves, que criou o bar em homenagem a seu pai. Lilian é uma pessoa impressionante, com méritos chamada de ‘a Rainha da Noite de São Paulo’. É praticamente impossível o que ela faz: cuidar de uma rua inteira, sempre com a mesma disposição, amor e carinho!

O que você sente... (neste momento o repórter é interrompido por Cauby.)
Quero ressaltar que eu quis comemorar em São Paulo, já que o paulistano me adora e é muito carinhoso comigo. Sempre tive uma relação bonita com o público daqui, mas desde que comecei a cantar, há cinco anos, todas as semanas no Bar Brahma, esta relação se intensificou ainda mais. Sou querido, reconhecido e até parado nas ruas. “Olha o Cauby, olha o Cauby”, dizem em todos os lugares por onde passo.


Tem aquela história engraçada lá no Mercadão, que você contou para mim um dia, da velhinha que não reconheceu você!
(rs) Como é que você lembra-se disso!? É verdade. A velhinha veio em minha direção, parou-me e disse: “alguém já disse que o senhor é a cara do Cauby Peixoto?” Ao que falei: “Eu sou o Cauby Peixoto!”. E ela respondeu: “imagina, o Cauby não andaria aqui, no meio de todos nós, em pleno Mercadão!”. E foi embora, deixando-me parado no meio do Mercado Municipal....(rs)

Mas voltando à pergunta interrompida, o que você sente ao pensar nos 60 anos de carreira?
Sinto orgulho! Orgulho da minha trajetória, de saber que sempre gostei de cantar, que nunca abandonei o microfone e que vivo feliz, porque me encontrei nesta carreira maravilhosa que tenho.

Tem algo do que você se arrepende, Cauby?
Não, acho que não. Ou melhor. Sim. Mas isso é conversa para uma outra entrevista. Um dos arrependimentos: acho que eu deveria ter cantado mais a Dolores. Coloque aí que no show do Bar do Nelson vou cantar “Quem Foi”, da grande Dolores Duran...

Bar do Nelson: Rua Canuto do Val, 83, Santa Cecília – tel: 11-3338-2525. Lugares: 250 pessoas (150 sentadas).

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