domingo, 24 de agosto de 2008

.:. DIA NACIONAL DE COMBATE AO FUMO .:.

ACT lança manual de ambientes de trabalhos livres do fumo em parceria com a Johnson&Johnson

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de 200 mil trabalhadores são prejudicados por ano em todo o mundo pela fumaça no trabalho

A Aliança de Controle do Tabagismo (ACT) lança essa semana a publicação “Ambientes de Trabalho Livres de Fumo - Manual para Tornar sua Empresa mais Produtiva, Segura e Saudável”. O documento é dirigido a empresas e instituições - inclusive estabelecimentos públicos - que desejam adotar uma política de ambiente de trabalho livre do fumo. A partir de 29 de agosto, estará disponível para download gratuito pelo site www.actbr.org.br. A iniciativa tem o apoio da Johnson & Johnson.

Segundo a socióloga Paula Johns, diretora executiva da ACT, o manual é um instrumento importantíssimo para ajudar as empresas a proporcionar um ambiente de trabalho mais saudável para todos.

“Os donos de empresas que adotaram essa medida, tiveram uma experiência muito positiva. É claro que, dentro de uma sociedade, cada um tem o seu papel a cumprir. O papel do empresário é zelar pela saúde dos seus funcionários e seus clientes; o papel do governo é fazer com que as leis existentes sejam cumpridas; e é nossa parte promover que cada um faça o seu dever de casa”, explica Paula.

É importante que as empresas tomem iniciativas por conta própria, porque infelizmente, como acontece em São Paulo, o poder público ainda é omisso em relação ao tema. Nem mesmo a lei federal que proíbe o fumo em ambientes fechados, em vigor desde 1996, é devidamente cumprida por falta de fiscalização.

O Manual, traduzido e adaptado para o Brasil pela ACT, será apresentado por Paula Johns, que é também membro do conselho diretor da Framework Convention Alliance e do Conselho Estadual de Entorpecentes de SP. O documento baseia-se nas diretrizes do artigo 8 da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, primeiro tratado global de saúde do qual o Brasil é signatário, e foi elaborado pela Global Smokefree Partnership (Parceria Global para Ambientes Livres do Fumo), organização não-governamental que reúne cerca de 500 instituições e parceiros, em mais de 60 países.

A Johnson&Johnson, parceira da ACT nesta empreitada, foi a primeira companhia no Brasil a receber oficialmente o selo Ambiente Livre do Tabaco, criado pela Secretaria Estadual da Saúde, voltado para estabelecimentos comerciais, prédios públicos e empresas interessadas em coibir o fumo em suas dependências, com o objetivo de garantir que o tabaco não prejudique a saúde de quem não é fumante.

DIA NACIONAL DE COMBATE AO FUMO

Na véspera da comemoração do Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado em 29 de agosto, a apresentação do Manual é uma tentativa de incentivar as organizações sediadas no país a seguirem o exemplo de diversas empresas ao redor do mundo que já proporcionam ambientes de trabalho saudáveis e muito mais produtivos para os trabalhadores.

Nos países que já adotaram a proibição total de fumo em locais fechados, a medida é um sucesso. Um exemplo é o Smoke-free Air Act, de Nova Iorque, atestando que a proibição do fumo é uma solução viável para o problema.

Em pesquisa feita recentemente pela Data Folha, a grande maioria da população brasileira (88%) é contrária ao fumo em locais fechados, sendo 82% totalmente contra. É interessante observar que 80% dos fumantes também são contrários ao fumo em locais fechados, sendo 69% totalmente contra.

Os resultados demonstram que a população está cada vez mais consciente dos riscos do fumo passivo. A exposição à fumaça é um problema grave, e nem a ventilação dos ambientes fechados consegue eliminar os diversos componentes tóxicos do cigarro.

Segundo a Sociedade Americana de Engenheiros de Aquecimento, Refrigeração e Condicionamento de Ar (ASHRAE), o órgão de referência dessa área da engenharia nos Estados Unidos, “nenhuma tecnologia de engenharia de ventilação atual demonstrou controlar os riscos impostos pela exposição à PTA, apenas reduzi-los e controlar questões de conforto relacionadas ao odor e à irritação sensorial”.

TABAGISMO PASSIVO É UM RISCO PARA SAÚDE

Os fumantes passivos podem sofrer quase os mesmos males que os fumantes ativos. Além do câncer e das doenças cardiovasculares, a poluição tabagística ambiental desencadeia e agrava uma série de problemas respiratórios.

“O fumo no ambiente de trabalho é um problema grave, pois são milhares de trabalhadores expostos desnecessariamente a uma serie de substâncias cancerígenas. Este é um problema que tem uma solução muito simples, a custo zero, e que protege a saúde de todos”, alerta Paula.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que cerca de 200 mil trabalhadores por ano são prejudicados pela exposição tabagística de fumaça no trabalho. Os sintomas mais imediatos nos fumantes passivos são a tosse, irritação nos olhos, cefaléia, manifestações nasais, aumento de problemas alérgicos (principalmente nas vias respiratórias) e problemas cardíacos.

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