
QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS AVANÇOS PREVISTOS NA LEI GERAL DO TURISMO?
Luiz Barretto – Ela estabelece o marco regulatório que faltava a um setor tão importante para o país. Um setor que gera emprego e renda e promove a inclusão social. Isso é uma conquista tanto para o turismo como para o turista. Além disso, ela disciplina a fiscalização dos prestadores de serviços turísticos, o que é um instrumento de grande vantagem para o consumidor brasileiro.
A lei também dá segurança tributária e jurídica para investimentos públicos e privados. Antes, por exemplo, o investidor estrangeiro vinha ao Brasil fazer um aporte, mas não tinha certeza, pois não havia um marco regulatório para o setor. Agora isso está superado.
QUANDO LEI GERAL DO TURISMO ENTRA EM VIGOR?
Luiz Barreto – A lei está em vigor desde o dia 18, quando o texto foi publicado no Diário Oficial da União.
A LEI DETERMINA O CADASTRAMENTO DOS PRESTADORES DE SERVIÇOS TURÍSTICOS? COMO ISSO FUNCIONA?
Luiz Barretto – A partir de agora há o reconhecimento de um conjunto de atividades que anteriormente não eram reconhecidas como sendo do Turismo, por exemplo, agências de viagem, meios de hospedagem e transportadoras turísticas.
Com o reconhecimento, esses prestadores deverão se cadastrar junto ao Ministério do Turismo e se adequar a uma série de requisitos. Claro que haverá um prazo para isso.
Mas, se o cadastramento não for feito, o prestador estará sujeito a multas que variam de R$ 300 mil a R$ 1 milhão. A fiscalização será feita pelas secretarias estaduais em conjunto com o Ministério do Turismo.
É importante lembrar que o cadastramento formaliza esses prestadores. A nossa estimativa é tirar da informalidade aproximadamente 100 mil prestadores que hoje estão nesta condição.
A Lei Geral do Turismo facilita isso: ao criar um marco regulatório, esses prestadores terão segurança para se formalizar. Portanto, o cadastramento é uma vantagem. O prestador de serviço ganha credibilidade e o turista ganha qualidade.
NA CERIMÔNIA, O PRESIDENTE LULA CONFIRMOU O SENHOR COMO MINISTRO DO TURISMO. QUAL SERÁ O DIFERENCIAL DA SUA GESTÃO?
Luiz Barretto – Continuidade é a grande política hoje no Brasil. Não se muda políticas apenas porque mudou o ministro. Desde o início, o Ministério do Turismo teve continuidade, primeiro com o ministro Walfrido dos Mares Guia e depois com a ministra Marta Suplicy.
Vamos prosseguir nessa estrada, evidentemente com questões importantes que pretendemos inovar. Como fizemos recentemente com os programas Turismo nos Parques e Qualificação de Museus, construídos e implementados em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e da Cultura, respectivamente.
QUAIS SÃO OS PLANOS PARA O FUTURO?
Luiz Barretto – O Ministério do Turismo, a Casa Civil, o Ministério do Desenvolvimento e Combate à Fome e o Ministério do Trabalho estão estudando a criação de cursos de qualificação profissional na área do Turismo para beneficiários do Bolsa Família.
Isso contribui para a emancipação social desses jovens ao mesmo tempo em que representa a geração de novos empregos do setor.
O QUE SE PODE DIZER DO TURISMO HOJE NO BRASIL?
Luiz Barretto – Principalmente, que ele está em evolução. O primeiro salto foi dado em 2003, com a criação do MTur. Na seqüência, houve o Plano Nacional de Turismo, que estabeleceu metas para o setor. Agora há a Lei Geral do Turismo.
Então, temos todas as condições para aumentar o desenvolvimento turístico do país. É um setor que gera muito emprego e renda. Atualmente mais de seis milhões de brasileiros vivem do turismo, e nós podemos aumentar esse número.
Superamos recentemente um grande entrave do passado, que era o acesso ao mercado do turismo por falta de renda da população brasileira. O desenvolvimento econômico - que o Brasil teve e está tendo com o governo do presidente Lula -, criou um grande mercado consumidor.
Mais de 25 milhões de brasileiros entraram no mercado de consumo. Essas pessoas consomem televisão, automóvel, celular, mas ainda não estão consumindo turismo.
Vencemos a barreira econômica, precisamos agora vencer a barreira cultural. Ou seja, transmitir ao brasileiro que ele pode viajar e deve viajar, porque é bom viajar. Precisamos fazer agora é um conjunto de campanhas. No próximo dia 22, em Nova Iorque, vamos lançar uma campanha para promover o Brasil no exterior.
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