Mortos em acidentes de trânsito na Iberoamérica e Caribe em um ano superam as vítimas civis de cinco anos do conflito no Iraque, disse a primeira vice-presidente do governo da Espanha
Diminuição da taxa de mortalidade na Espanha, propagandas com atletas Olímpicos na Jamaica e Lei Seca no Brasil foram alguns dos assuntos do encontro em Madri, Espanha
Foto publicada no Blog Chega São PauloMortos em acidentes de trânsito na Iberoamérica e Caribe em um ano superam as vítimas civis de cinco anos do conflito no Iraque, disse a primeira vice-presidente do governo da Espanha
Diminuição da taxa de mortalidade na Espanha, propagandas com atletas Olímpicos na Jamaica e Lei Seca no Brasil foram alguns dos assuntos do encontro em Madri, Espanha
Terminou na terça-feira, dia 24, o Primeiro Encontro de Segurança Viária para Ibero-América e Caribe - Protegendo Vidas, evento realizado pela Fundação MAPFRE em Madri, na Espanha, e que reuniu durante dois dias líderes mundiais e entidades de trânsito para discutir sobre segurança viária no mundo todo. Foram dois dias intensos de debates sobre o tema, expondo realidades principalmente da América Latina e Europa.
As estatísticas da Fundación MAPFRE revelam que são 120 mil mortos por ano nas vias da Iberoamérica e Caribe, atingindo principalmente os jovens. Maria Teresa Fernández, a primeira vice-presidenta do governo da Espanha, classificou essa estatística de dramática. “São mais mortos que as vítimas civis do conflito no Iraque em cinco anos”, afirmou Fernández.
Carlos Macaya, presidente da Federação para o Automóvel e a Sociedade da Espanha, disse que os acidentes de trânsito são epidemias globais, mas tem solução. “Hoje há 1.220.000 mortos por ano no mundo e cerca de 50 milhões de feridos, alguns muito graves. Para 2020 estas cifras podem duplicar se não atuarmos agora”, afirmou.
O representante brasileiro no evento, Alfredo Peres da Silva, diretor do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) comentou sobre os altíssimos índices de acidentes de trânsito no Brasil.
“O custo dos acidentes de trânsito no Brasil já foi orçado em R$ 28 bilhões ao ano. É muito dinheiro e muitas vidas que se perdem, normalmente entre os jovens", declarou Silva. Ele falou também sobre a Lei Seca e a mudança cultural que ela está levando para a sociedade.
“Ninguém está proibido de beber e de se divertir, mas aquele que for beber deve eleger um 'amigo da vez' para conduzir o veículo", afirmou Silva. Com a Lei 11.705, popularmente conhecida como Lei Seca, espera-se reduzir mais o número de mortos em acidentes, que caiu 11,5% no ano passado em relação a 2007.
Miquel Nadal, diretor da Fundação Real Automóvel Clube da Catalunha, comentou que a Espanha demorou a iniciar um trabalho preventivo em relação à segurança viária, mas que as práticas adotadas estão se mostrando eficientes.
“Em 2001, a Espanha tinha uma taxa de mortalidade nas vias de 13,6 mortos por 100 mil habitantes. Em 2007, essa taxa baixou para 7,3 por 100 mil”, disse.
Da região caribenha o representante foi Lucien Jones, diretor do Conselho Nacional de Segurança Viária da Jamaica, que comentou sobre o impacto das campanhas publicitárias que o país tem feito, dirigidas principalmente aos jovens.
Protagonizadas por dois medalhistas olímpicos, Usain Bolt e Marianne Walker, considerados os ‘mais rápidos do mundo’, a campanha prega a redução da velocidade no trânsito com o lema ‘Cut your speed’.
A taxa de mortalidade na última década na Jamaica caiu de 70 mortos por 100 mil habitantes para os atuais 12 mortos por 100 mil habitantes.
SOBRE O EVENTO
O Primeiro Encontro de Segurança Viária para Ibero-América e Caribe – Protegendo Vidas é realizado pela Fundación MAPFRE, da Espanha, e é resultado de uma recente parceria entre a instituição (que anualmente dedica cerca de 30% da sua verba para projetos de segurança viária) e a Secretaria Geral Iberoamericana (SEGIB), importante órgão espanhol comprometido com o fortalecimento da Comunidade Ibero-Americana.
O comprometimento da fundação com a segurança viária e educação no trânsito está garantido em seu estatuto, que destina 5% do lucro líquido do Grupo MAPFRE S.A para a Fundación MAPFRE. Somente no Brasil, a Fundação MAPFRE já formou, até o momento, em torno de 3 milhões de crianças e 95 mil professores sobre a segurança viária.
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