sexta-feira, 2 de outubro de 2009

.:. FÃS DO DKW COMEMORAM 45 ANOS DA ESTRÉIA DO MALZONI GT EM INTERLAGOS E 10 ANOS DA CORRIDA DO ESPORTIVO EM LAGUNA SECA (EUA) .:.

Para comemorar os 30 anos de sua existência, a estréia do GT Malzoni nas pistas e a inédita participação do esportivo nos Estados Unidos, o Auto Union DKW Clube do Brasil faz homenagem especial aos maiores nomes do automobilismo brasileiro que competiram com a marca. O evento acontece neste sábado (3/10), às 13 horas, na concessionária Caraigá, do Morumbi
DKW Malzoni GT Laguna Seca, EUA, com demais modelos Auto Union
DKW Malzoni GT em pista de rua

Um encontro que promete agradar os fãs da história do automobilismo brasileiro acontecerá amanhã, dia 03 de outubro, em São Paulo.

Dezenas de proprietários de automóveis da marca DKW irão se reunir na concessionária Caraigá, entre 13 e 17 horas, para comemorar os dez anos da histórica corrida de Laguna Seca, na Califórnia, quando três automóveis Malzoni GT foram levados aos Estados Unidos para participar da prova comemorativa do aniversário da marca Horsch, em 1999, uma das quatro argolas do símbolo do grupo Auto Union.

No evento serão celebrados também os 30 anos do Auto Union DKW Clube do Brasil, além dos 45 anos da estréia do modelo nas pistas no Autódromo de Interlagos.

Em outubro de 1964, o Malzoni GT – um veículo com carroceria esportiva feita por Genaro "Rino" Malzoni e chassi e mecânica DKW - estreou na competição GP das Américas, no Autódromo de Interlagos, chegando ao primeiro lugar na classe dos protótipos.

Como usava ainda uma carroceria de chapa, o desempenho não era adequado, o que levou à reconstrução da carroceria - com alguns retoques no desenho feitos por Anísio Campos – passando a utilizar fibra de vidro.

O resultado foi uma berlineta de peso bastante inferior que recebeu o nome de DKW Malzoni GT. O modelo chegou a vencer cinco corridas em 1965 com o pequeno motor de 1.080 cm³ e com 106 cavalos de potência. Das pistas, o esportivo acabou chegando às ruas, com um motor de três cilindros, dois tempos e 981 cm3, desenvolvendo a potência de 60 cv a 4500 rpm. A velocidade máxima era de 145 km/h.

Diante do quadro promissor, Rino Malzoni, Jorge Letry, Luis Roberto Alves da Costa e Milton Masteguin se associaram e fundaram a Sociedade de Automóveis Lumimari (nome derivado das duas letras iniciais de cada sócio).

Em 1966, a empresa mudou sua razão social para Puma Veículos e Motores. “O DKW Malzoni é o avô do mais famoso esportivo brasileiro, o Puma VW”, destaca o jornalista e colecionador de carros antigos Boris Feldman.

Mas foi no final da década de 90, em 1999, que o DKW Malzoni voltou a chamar atenção. À convite da Audi, para integrar o time Auto Union, seguiram para os Estados Unidos dois DKW Malzoni de corrida (um pertencente ao presidente do Auto Union DKW Clube do Brasil, Eduardo Pessoa de Mello e outro do jornalista Boris Feldman) e um modelo de rua, do colecionador Paulo Lomba.

Os dois carros de corrida participaram da prova na pista de Laguna Seca, na Califórnia, e mesmo com o motor de 1.0 litro, os esportivos fabricados no Brasil disputaram a prova contra modelos super potentes, como Ferrari, Aston Martin, Mustang V8 e Alfa Romeo.

“O DKW Malzoni era um carro artesanal e foi o primeiro automóvel brasileiro com design encomendado em um estúdio italiano, o Fissore”, lembra Eduardo Pessoa de Mello, presidente do clube.

Para o encontro de sábado, estão confirmadas as presenças de pilotos de renome das décadas passadas, como Bird Clemente, Francisco Lameirão, Max Wasser, Mario César de Camargo Filho, entre outros.

O jornalista Roberto Nasser, proprietário de um DKW Malzoni, também foi à Laguna Seca acompanhar a participação dos modelos brasileiros nas pistas. Ele conta que sentiu muito orgulho do modelo brasileiro disputar espaço com mais de 500 automóveis clássicos, divididos em várias categorias.

“O que mais me marcou foi o sentimento de brasilidade. Dos eventos internacionais dos quais participei, sem dúvida foi o mais marcante”. E completa: “O DKW Malzoni, com pouco mais de três dezenas de unidades produzidas, permitiu o nascimento do Puma Vemag e depois do Puma VW, que chegou a ser exportado para 50 países e foi o único carro brasileiro montado em outros lugares, como Canadá e África do Sul”.




NAS PISTAS

DKW Malzoni em Interlagos

Na década de 60, foram fabricados apenas quatro modelos DKW Malzoni de corrida e pouco mais de três dezenas de modelos de rua. A história esportiva do DKW é muito rica no Brasil e no exterior. Para os amantes da velocidade, não é possível esquecer os duelos emocionantes entre Alfas, Interlagos, Simcas e Malzonis, com estes últimos voando baixo em Interlagos à frente de todos os outros, com os pequenos motores de 1080 cilindradas com até 106 cv de potência.

Entre os pilotos que se destacaram no passado com carros DKW podemos citar Emerson Fittipaldi, Jim Clark, Francisco Lameirão, Norman Casari, Mario Cesar Camargo Filho, Anísio Campos e muitos outros não menos importantes.
CURIOSIDADES

O nome DKW apareceu em 1916 quando J.S. Rasmussen construiu um carro a vapor. Daí o nome Dampf Kraft Wagen (DKW) ou Carro de Propulsão a Vapor. Mas porque o DKW também tem no seu símbolo as quatro argolas como os Audi modernos? Em 1932, os reflexos da depressão dos Estados Unidos alcançaram a Europa e, mais fortemente, a Alemanha.

Tentando se salvar de sérios problemas financeiros, quatro das mais proeminentes fabricantes de automóveis da época uniram-se, formando a Auto Union. Estas empresas - DKW, Audi, Horsh e Wanderer-, juntas, dispunham de 134 anos de experiência automobilística e escolheram como símbolo desta união, as quatro argolas entrelaçadas, onde cada uma representa uma das companhias do grupo.

No Brasil, com o apoio do então presidente Juscelino Kubitscheck, a empresa Vemag começa a fabricar o seu automóvel tipo caminhoneta DKW em 30 de julho de 1956. Em 19 de novembro daquele mesmo ano, a Vemag lançou o DKW no Brasil, com uma nacionalização de 60% de seu peso final. Considera-se este realmente o primeiro automóvel de passeio fabricado no Brasil.

Durante os anos seguintes, os veículos DKW foram sempre evoluindo passando de 900 cc para 1000cc e para motores mais potentes. Os DKW´s ficaram famosos no Brasil pelo motor dois tempos com seu ruído característicos, mas também pela confiabilidade, desempenho e grande sucesso nas pistas de corrida.

Em 1967, a Vemag foi vendida para a Volkswagen que decidiu encerrar a fabricação dos veículos DKW.

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